A Fundação EDP e o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia associam-se às comemorações do Centenário de Nascimento de Mário Cesariny, que se assinala em 2023, marcando presença na comissão organizadora coordenada por José Manuel dos Santos, administrador e diretor cultural da Fundação EDP, e na qual está também presente João Pinharanda, diretor artístico do MAAT. Cesariny recebeu em 2002 o Grande Prémio Fundação EDP Arte.
Este ciclo comemorativo contempla um conjunto de atividades, nomeadamente exposições, encontros e conversas, espetáculos, concertos e publicações, entre outros.
Um dos momentos mais relevantes desta programação assinala-se com a exposição O Castelo Surrealista, que abre ao público no dia 5 de outubro no MAAT – dia em que o museu celebra o seu 7º aniversário. Com curadoria de João Pinharanda, Afonso Dias e Marlene Oliveira, esta será uma ampla exposição com obras de Mário Cesariny, mas também de artistas como Vieira da Silva, George Sand, Edouard Jaguer, André Breton, Cruzeiro Seixas, entre outros, de coleções particulares e de vários museus nacionais e internacionais. Estará patente até 18 de fevereiro de 2024. No mesmo dia, também no MAAT, será apresentado o espetáculo Corpo Visível, um projeto do Boca Associação Cultural, também assente na poesia do autor.
O primeiro momento das comemorações deste centenário foi assinalado no dia 5 de agosto, com a abertura da exposição Mário Cesariny: Em todas as ruas te encontro, com curadoria de Marlene Oliveira, Perfecto Cuadrado e João Pinharanda, patente na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão. Nesta mostra são apresentadas obras do principal núcleo artístico de Cesariny, presentes na coleção da Fundação Cupertino de Miranda. Para além disso, poderão ser vistos objetos que se encontravam nas paredes de sua casa, ou espalhados pelo seu quarto. Estará patente até setembro de 2024.
Toda a programação do Centenário pode ser consultada aqui.
Mário Cesariny de Vasconcelos nasceu a 9 de agosto de 1923, em Lisboa. Foi poeta, pintor, tradutor e considerado um dos grandes Mestres do Surrealismo Português. Entre outras distinções, conquistou o Grande Prémio Fundação EDP Arte (2002) como referido acima, o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (APE)/Caixa Geral de Depósitos (CGD) e foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. Faleceu a 26 de novembro de 2006, em Lisboa.
“Com este programa, manifesta-se a exemplaridade indomável da sua grandeza ética, que resistiu à ditadura e às várias ditaduras que a ditadura gerava e continha dentro de si. Essa grandeza foi sempre o sinal ardido e ardente de uma “liberdade livre” (Rimbaud), provocadora, perigosa, incansável e incandescente. Ao longo da sua vida, permaneceu vigilante a tudo o que acontecia ou não acontecia e que merecia a sua cólera fulgurante ou o seu riso ácido e demolidor”, escreve José Manuel dos Santos.
Através de uma ampla programação, as comemorações do Centenário de Nascimento de Mário Cesariny irão “dar maior sentido e velocidade a um propósito organizado e consequente de divulgação internacional da obra de Cesariny, que, além de justíssimo, representa uma magnífica dádiva feita a quem a recebe e descobre. Neste seu Centenário, queremos lembrar, evocar, invocar uma das personalidades mais portentosas, fascinantes e irredutíveis do Portugal contemporâneo, daquele Portugal de quem ele disse que não tinha jeito para ser País”, detalha José Manuel dos Santos.
