Exposição Powerpoint: Inventário gráfico e audiovisual de barragens em Portugal | Fundação EDP

Exposição Powerpoint: Inventário gráfico e audiovisual de barragens em Portugal

Powerpoint - Inventário gráfico e audiovisual de barragens em Portugal

1 NOV 2023 - 5 FEV 2024

MAAT Central

 

vista da exposiçao
Fotografia: Bruno Lança - Arworks.

O arquiteto chileno Eduardo Corales esteve, durante três anos, a fazer um inventário gráfico e audiovisual de barragens em Portugal. Entre 2019 e 2022 visitou a documentou, em fotografia e vídeo, 30 casos paradigmáticos do sistema de infraestruturas hidroelétricas nacional. Uma investigação realizada com o objetivo de constituir o primeiro registo gráfico e audiovisual da história hidroelétrica de Portugal, que contou com o apoio da Fundação EDP e da DG Artes, em conjunto com o centro de investigação CEACT da Universidade Autónoma de Lisboa.

Uma parte significativa desse trabalho é agora mostrada na exposição Powerpoint, patente no edifício MAAT Central entre 1 de novembro de 2023 e 5 de fevereiro de 2024. Em exibição estão fotografias, maquetes tridimensionais dos elementos volumétricos e um video de 20 das barragens estudadas por Eduardo Corales: Agueira, Alqueva, Alto Lindoso, Alto Rabagão, Baixo Sabor, Bemposta, Cabril, Castelo de Bode, Foz Tua, Fronhas, Lagoa Comprida, Miranda, Picote, Pracana, Salamonde, Santa Luzia, Torrão, Varosa, Venda Nova e Vilarinho das Furnas.

Trata-se de formar uma crónica de elementos que deram origem a uma paisagem elétrica e que, a partir dos seus vários capítulos, podem contribuir para a compreensão das complexidades, conflitos e futuro destas infraestruturas, bem como do desenvolvimento do território e das suas mudanças. Ou seja, uma compilação de capítulos na história da eletrificação nacional, do território onde se inserem e do próprio percurso da EDP.

“Eu pretendi, através das ferramentas da arquitetura, fazer este compacto de informação para disponibilizar ao público em geral e às gerações futuras”, salienta Corales.

Esta foi a primeira vez que Eduardo Corales teve como objeto de estudo infraestruturas energéticas. Ao longo do processo, conta, surpreendeu-o “constatar o trabalho de uma geração de engenheiros, num contexto complexo em que as barragens foram tratadas como elementos de vanguarda construtiva, mas também com uma componente política”. “Vejo-o como uma lição para a nossa geração: é preciso responder a este tipo de problemáticas através de uma abordagem multidisciplinar e com compromisso nas futuras obras públicas, incluindo as infraestructuras”. acrescenta.

Este foi “um primeiro passado de um projeto futuro sobre o registo da história energética em Portugal o qual poderá incluir, por exemplo, outras infraestruturas como parques eólicos e solares”, acrescenta Eduardo Corales.

O apoio da Fundação EDP a esta investigação de Eduardo Corales enquadra-se naquela que é a sua missão de identificação, classificação e valorização do património elétrico nacional, nomeadamente através de investigação histórica com vista à produção de bibliografia que contribua para aprofundar o conhecimento sobre a história do setor energético em Portugal.

 

Sobre Eduardo Corales (Santiago do Chile, 1982)

Arquiteto graduado com distinção pela Universidade Católica do Chile em 2009. Fundador de CAMPO Arquitectura.

As suas investigações têm particular foco nos impactos territoriais do Antropoceno, incluindo levantamentos de infraestruturas hidroelétricas, processos extrativos, mudanças do território e particularmente no estudo da manifestação física da energia na sua totalidade.

Foi membro do Conselho de Monumentos Nacionais do Chile, como responsável pelas intervenções em zonas protegidas e monumentos históricos. Após este período de formação, iniciou a sua prática profissional independente, sendo convidado a dar conferências no Goëthe Institut de Santiago do Chile, no Mestrado em Património Cultural da Universidade Católica do Chile e posteriormente na Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa (FAUL), Universidade de Évora e recentemente na Faculdade de Arquitectura do ISCTE.

Desde 2014, trabalhou num grande espectro de projetos de arquitetura, incluindo pesquisas territoriais, prática arquitetónica, prototipagem de mobiliário, projetos curatoriais e colaboração com instituições culturais no Chile e em Portugal. Atualmente é candidato a doutor no programa do ISCTE em Lisboa com o projeto “Powerpoint: infraestrutura hidroelétrica em Portugal e o território como projeto”.

Com o atelier CAMPO Arquitectura, tem explorado um leque aberto de projetos de arquitetura, incluindo projetos de habitação, infraestruturas e concursos públicos. Lidera a incubadora internacional de design de mobiliário MOB Projects, uma plataforma para o desenvolvimento de projetos no âmbito do design de mobiliário entre arquitetos e artistas contemporâneos.

Em 2019, o atelier que dirige ganhou o concurso internacional para cocurar o Programa de Conferências 2020-2022 CAMPO COMUM, um programa de conferências de três anos para a Trienal de Arquitectura de Lisboa e Garagem Sul do Centro Cultural de Belém.

É coordenador da área de Parcerias Internacionais na Trienal de Arquitectura de Lisboa e consultor independente de arquitetura na revista Electra da Fundação EDP. Vive e trabalha em Lisboa.

02 Nov 2023