X não é um País Pequeno - Desvendar a Ordem Pós-Global | Fundação EDP

X não é um País Pequeno - Desvendar a Ordem Pós-Global

X Não é um País Pequeno

5 de abril a 6 de setembro de 2021

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X não É Um País Pequeno — Desvendar a Era Pós-Global é uma exposição que explora a nossa atual condição pós-global, observando em diferentes escalas – territórios, cidades, infraestruturas, plataformas, corpos, objetos – os processos de desglobalização e realinhamento geopolítico que, em muitos casos, foram acelerados e distorcidos em ciclos de fluxo e revisão em rápida evolução durante a atual pandemia. 

Doze anos após a crise financeira global ter exposto as falhas da globalização, o que em tempos foi uma euforia de interconetividade deu origem a uma condição mais complexa. Guerras comerciais, crises de refugiados, nacionalismo crescente, Brexit – e, agora, uma pandemia global – estão a perturbar e a reordenar o fluxo transnacional de pessoas, ideias e recursos de formas cada vez mais confusas.
 
O título da exposição refere-se a um cartaz icónico de Henrique Galvão (“Portugal não é um país pequeno”), que em 1934 promovia a ideia nacionalista do então governo de Portugal: uma nação “pluricontinental” cujas possessões ultramarinas não eram colónias, mas sim partes integrantes do território soberano. As formas como muitas destas antigas relações coloniais foram alteradas formaram um ponto de partida para a exposição.    

Com curadoria de Aric Chen, com Martina Muzi, a exposição apresenta nove projetos recentemente criados por profissionais internacionais que trabalham em design, arquitetura e arte e que investigam, articulam e criticam o atual estado convoluto do mundo a partir de múltiplas perspetivas geográficas.

Através de uma intervenção performativa na fronteira entre os EUA e o México; do acesso a um conjunto arqueológico de objetos comercializados em massa em países como a China e a Índia; da viagem digital pelos efeitos devastadores da extração de petróleo no Delta do Níger; ou mergulhando na intima ligação de fenómenos como a migração, a privação de direitos e o capital pós-colonial na Lisboa periférica, o cenário da exposição enquanto observação pós-global é definido não por noções utópicas de liberdade e agência, mas sim por flutuações de acesso e restrição. 
A exposição inclui uma apresentação especial de Teeter Totter Wall do estúdio Rael San Fratello, que ganhou o prémio Beazley Design of the Year 2020.

A identidade visual e o projecto gráfico desenvolvidos por Joana Pestana, com Max Ryan, refletem o desafio de articular as complexidades da ordem global através da utilização de diferentes fontes de dados que se baseiam em diferentes fenómenos planetários e a aparente aleatoriedade dos sistemas de colisão à escala.
Em parceria com o maat, Art Jameel apresenta uma série de trabalhos assentes em imagens em movimento e vídeo, com curadoria de Róisín Tapponi. O programa é uma resposta à instalação Tactile Cinema (2021) de Bricklab, que proporciona um espaço de múltiplas visualizações para cineastas e artistas visuais da região árabe.
Nove filmes, acompanhados por programas públicos, serão apresentados ao longo da exposição, abordando temas centrados em geografias humanas, gestão urbana e ambientes arquitetónicos. Os participantes incluem Ahmed Mater, Ahaad Alamoudi, Alaa Mansour, Sophia al Maria, Monira al Qadiri, Akram Zaatari, Alia Farid, Farah al Qasimi e Nadim Choufi. 

Com projetos de Bard Studio (Rupali Gupte e Prasad Shetty), Bricklab (Abdulrahman Hisham Gazzaz e Turki Hisham Gazzaz), Ibiye Camp, Revital Cohen & Tuur van Balen, He Jing, Liam Young, Paulo Moreira (com Chão - Oficina de Etnografia Urbana e José Sarmento Matos), Rael San Fratello (Ronald Rael e Virginia San Fratello) e Wolfgang Tillmans.

 

06 Abr 2021